terça-feira, 28 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
Rosas.
Suas pétalas sofridas entregues ao vento
Enfeitam lamento
Celebram amores
Rosas fazem bem ao coração
Sua sensualidade sutil
Entregue a alguém que em oração partiu
Perdidas na decoração
Choram vermelho
Um vermelho de morte
De sorte ?
Cássia Tavares .
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Ruas.
Inclinando a cabeça para baixo
Procurando não focar nenhum rosto
Nenhum movimento ao meu redor
Encolhendo-me cada vez mais em meu mundo
Que em nada condiz com o que aqueles olhares mostram
Apertando com força os olhos para não deixá-las fugir
Não ! Ilusões fiquem aqui
Estranho que mesmo tão longe
Seus olhos reflitam meu mundo
Tradução de uma vida
Ou de um sonho?
Meus heróis não passam de fantasmas
Minhas paixões insensatas, ideologias forçadas
Tantos planos de fugir de casa
Mal amada!
Festejada, desejada solitária
Conta ladrilhos
Corre os passarinhos
Reza para evitar o castigo
Condenada, inocente culpada
Foge do silencio temido
Incoerente gemido
Voa sem amar
Vive sem sonhar
Chora...
Chora por não saber explicar.
Cássia Tavares .
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
As chamas azuis da fogueira na beira do mar iluminam os dois corpos juntos deitados na areia. A mão forte dele segura os delicados dedos com esmalte negro descascado, enquanto o rosto dela deleita-se no peito dele. Estão entre dois violões, suas ferramentas para demonstrar o amor que um sente pelo outro. Naquele momento, naquela noite, nada mais importa, a não ser os olhos castanhos dela refletindo o brilho das estrelas ou o batimento irregular do coração dele. Tudo o que almejavam era o corpo um do outro, os lábios um do outro. Tinham toda uma vida pela frente, juntos. E aproveitavam cada segundo juntos, afinal nunca se sabe o que pode acontecer. Viviam pela música, pelo amor e por eles dois. Enquanto a lua cheia e as estrelas iam dando lugar a um céu laranja e ao sol, ela acordou e se sentou. Ficou a ver o nascer de um novo dia. Pegou seu violão e começou a cantar Here comes the sun, só para si e para o lindo nascente, esquecendo daquele ao seu lado. Até que houve um segundo violão e uma voz suave cantando junto com ela. Após o final do ultimo acorde, ficaram olhando um nos olhos do outro e cantando. Até o sol estar a pino.
sábado, 11 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Achei no meu note... É do Bira. Deixei tudo como ele havia me mandado, do mesmo jeito que ele escreveu.
A jovem certeza do momento.
Lembra-se ainda do dia em que alguns amigos saíram pra tomar café
Comer alguma bobagem aproveitar o sol que o frio do inverno vinha
Caminharam sentido a umidade no rosto, olharam alguns prédios até
Sentaram para aproveitar, sentiram medo sem ter nenhum aparente porquê
Sentiram porque podiam, queriam e até mesmo brigas seriam prazeres
Sentados a apreciar a insônia do café, além do gosto e do típico aroma
Não sabiam o que seriam; mal o que queriam; mas sabiam do que não gostavam
Em com tal certeza viviam, a certeza de ao menos infortunar o imutável
Não tinham a certeza de seus sonhos, tinham poucos e convincentes confianças
Talvez mais do que suas idades permitiam, ou menos, mas a certeza dum ideal
A descrença no mundo envolta, com o qual se importa em gastar em relógios
Enquanto outros morrem nos insolúveis braços gélidos das ruas da cidade
A funda tristeza de não querer mais viver no eterno farfalhar do panis et circensis
Sabiam que muitos de seus sonhos seriam beatificados após o martírio duma eternidade
Enfim: os vivos não se respeitam, preferem a muda conivência dos pensadores mortos
Tinham a certeza dos jovens perdidos, entre os pecados da feiura da contradição
Da contradição à todos, do contraste entre si, pois sua semelhança é única e pontual
São afinal todos completamente tão inegavelmente distintos; têm tal certeza
Possuem tantas incertezas na realidade que, no fundo, possuem apenas essa certeza
Alem de outras, é claro... que suas vidas mudarão após cada ato que se envolvam.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Redenção
Algo muda em mim toda a vez que eu venho aqui. Não sei explicar o que é. E muito menos sei explicar porque acontecimentos que parecem tão insignificantes desencadeiam em mim uma imensa e dolorosa saudade de coisas que eu nem sequer vivi.
Eu sabia, era óbvio! Como pude ser tão ingênua, tão infantil a ponto de realmente acreditar que tu estarias aqui. No caminho de volta ao hotel fui praguejando contra minha própria estupidez, enquanto disfarçava meus impulsos de olhar para todos os lados, buscando seus passos. Enquanto as últimas esperanças se perdiam nas esquinas.
Não estou verdadeiramente nesse lugar. Ou melhor, estou sim, nesse exato lugar. Porém observo as coisas com um olhar totalmente diferente, outra perspectiva. Deparo-me com outras pessoas ao redor, outras prioridades e compromissos. Outra vida. Alguns anos à frente percorro as mesmas ruas e outros olhares. Minha mente experimenta sensações que meu corpo jamais conheceu.
De súbito dei-me conta que já ia passando da entrada do hotel. Entrei, subi as escadas com pressa. Não sei de que. Acendi as luzes numa tentativa frustrada de amenizar a solidão. Recostei-me na cama e liguei a TV, sem que nada me chamasse verdadeiramente atenção. Acabei me rendendo ao sono, que me levou de volta ao meu lugar, ao meu tempo, a minha vida.
“Vivendo o que penso enquanto penso que vivo.”
Cássia Tavares.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Ensino.
Talvez seja o sono.
Ou o puro reflexo da confusão em minha mente.
Vejo os meus desejos e sonhos escaparem das minhas mãos.
Meus passos seguem um rumo contrário ao de meus pensamentos
Enquanto o lápis se movimenta desordenado.
Tudo está aparentemente no mesmo lugar em que sempre esteve.
Então por que nada parece certo?
As classes ao redor estão cheias de teorias e verdades.
Todos cheios de opinião.
Suas almas seguem vazias.
Talvez para a maioria das pessoas isso nem importe.
Convictos de suas necessidades todos seguem esse caminho.
Dizem que a cada dia nossos objetivos estão se tornando mais próximos.
Então, porque me sinto indo para lugar nenhum, cada vez mais perto de nada?
Cássia Tavares.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O mais estranho é que não sinto nada além de paz. Paz, calma e felicidade. Nada mais me abala, nada mais me preocupa. Não choro por nenhum relacionamento nem por pessoas falsas. Não me importo mais com mentiras ou verdades. Não quero mais saber dos meus problemas, muito mais pelos problemas dos outros.
Estou indo para o meu recanto feliz.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!
Vinícius de Moraes
domingo, 10 de outubro de 2010
Anjo.
Há momentos e momentos em certas amizades, de vez em quando você olha pra pessoa e chora de felicidade pensando: Poxa, sou amiga da fulana, que maior sorte eu poderia ter?, e dois dias depois pode-se olhar para a mesma pessoa e pensar: Puta merda, onde eu fui me meter?, mas tem algumas pessoas que esse segundo dia não existe. Tem pessoas que estão sempre do seu lado, te defendendo e te dando conselhos ou críticas.
Acho que existem aqueles que uma "força maior" designou, desde vidas passadas, para serem anjo da guarda um do outro, não importanto o que acontecesse. Acho que eu tenho um anjo desses, o melhor anjo que qualquer um poderia escolher, e as vezes eu não dou valor. O que eu mereço?, me pergunto, e logo vem o medo: e se essa tal "força maior" me tirar meu anjo? O que será de meu futuro planejado ao lado de meu amado anjo?
Por todos esses medos, eu luto contra a minha própria estupidez, e diversas vezes contra a estupidez do anjo mesmo, até por que os anjos também erram não?
Espero ser para o meu anjo o que meu anjo é para mim. Um Tudo.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Desencontros ...
Cássia Tavares.
domingo, 3 de outubro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Aqueles dois corpos.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
S&A
sábado, 14 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Olho pela janela de meu quarto, vejo as filas de carros paradas e pessoas andando apressadas concentradas em seu próprio ego, cada uma em sua própria solidão planejada. Dentro deste escudo construído, a população em volta não saberá nada sobre quem se esconde por de trás de uma camada invisível, que pode ser um assassino ou pode ter salvado a vida de alguém naquela manhã utilizando a manobra de heinrich, e ter mudado seu modo de ver o mundo.
Tantas vidas em tão pouco espaço.
Tantos pensamentos descumpridos.
Tantos sonhos corrompidos.
Saio de minha casa e resolvo ir para um café. Sento-me e fico a observar as pessoas. Um idoso observando um jovem homem com certa inveja. Ah, o ser humano e sua nostalgia. O senhor pode ter sido como aquele jovem: Alto, forte, moreno e arrasador de corações. Mas hoje é apenas um senhor rabugento, corcunda, com sobras de cabelo branco que ninguém quer cuidar e é obrigado a viver sozinho numa casinha qualquer.
Um barulho me chama a atenção.
Uma garota segurando uma pasta de curso pré-vestibular derruba vários livros. Levanto-me para ajudá-la, e assim que olho em seu rosto vejo as olheiras de noites seguidas estudando combinada com uma pele mal cuidada e óculos remendados com duréx. Após agradecer minha ajuda, senta-se em uma mesa, pede o maior copo de café da casa e logo abre uma apostila qualquer. Em um momento de distração, observa pela vidraça um grupo de adolescentes: tanto garotos quanto garotas. Todos rindo, se divertindo. Os olhos castanhos da garotas marejaram por de trás dos óculos puídos. Sentia saudade. Saudade da época que saia com seus amigos para ir ao cinema e sentar no chafariz da praça para comer pipoca. Porém, com rapidez volta a si. Tem que passar no vestibular, oras! Não pode gastar seu tempo com nada. Nem com amigos, nem com música, muito menos com saudade dos amigos que nem se lembram que ela existe.
Tomo um gole do meu café e mudo um pouco a minha visão.
Foco em uma menininha de no máximo uns 10 anos. Era baixinha e loirinha. Andava toda emburrada, com a mãe do lado, segurando varias sacolas de lojas infantis. Noto que a roupa da garotinha não combinava com o que ela tentava passar para os outros. Ela vestia uma saia rosa bebe e uma blusinha branca, mas era visível – olhando para os joelhos ralados e canelas roxas – que ela preferia estar com uma calça de abrigo e uma camiseta velha do irmão mais velho. A mãe apertava seu pulso, repreendendo-a. Quase a ouço sussurrar para filha: Anda como uma menina! Quando chegarmos em casa vou te ensinar a andar que nem as modelos, para o teu concurso. E ouço a garota responder em sua mente: Eu não quero concurso algum de modelo. Eu quero é jogar bola com meu irmão! Mas ela apenas dá um sorriso triste para o chão, e tenta andar como uma menina, para que a mãe sinta orgulho dela.
Termino meu café e resolvo voltar para casa.
Passo pelo meio das mesmas pessoas as quais vi mais cedo, de minha janela. Passo tentando tornar-me invisível entre elas, pessoas irrelevantes para mim.
Cada pessoa teve sua conquista hoje, seja profissional, seja pessoal.
Cada pessoa teve uma desavença hoje, seja no trabalho, seja em casa.
Cada pessoa teve sua perda de hoje, seja relevante, seja irrelevante.
Tive uma conquista hoje. A mais valiosa possível. Conhecimento. Conhecimento que qualquer um pode ganhar. O conhecimento dos sentimentos de um ser humano. Um conhecimento de estudo infinito, visto que os sentimentos humanos que presenciamos não passam de uma pequena poeira no vento da vida da humanidade.
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
Prazeres & Fracassos
E ao mesmo tempo tão sozinha
Aqueles gritos não faziam sentido para mim
Aquelas vozes não me diziam mais nada
Meu corpo estava ali
Preso aos seus vícios e pecados
Seus prazeres e fracassos
Minha alma voava longe dali
Procurava abrigo, sem sucesso
Quando alma e corpo se encontraram novamente
Somaram-se as lembranças e arrependimentos
Enquanto a vadia se divertia pisando em cima de si mesma
Escondendo seu sangue em sorrisos falsos
A menina se pegou a chorar sozinha em um canto qualquer
Queria um ombro amigo
Um que ainda não tivesse sido ferido
Cessou a euforia, morreram seus sorrisos em um cigarro
Os sonhos se desfizeram no vento frio a caminho de casa
Agora corpo e alma, de mãos dadas
Sentados na calçada suja
Se segurando um no outro para não caírem.
Cássia Tavares.
Vitima da minha própria estupidez.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Lágrimas Que Criei
Para saborear as lágrimas de ódio em seu rosto
Pensei que queria isso
Buscava em cada fraqueza sua a chance de agir
Aos poucos fui destruindo cada sonho
Cada resquício de esperança que abrigavas em ti
Quando suas primeiras lágrimas finalmente caíram
Algumas deslizando até o chão, outras morrendo entre seus dedos
Entendi que aquele não seria o fim para você
Era apenas um momento de tristeza, que me empenhei a provocar
Logo iria passar
Sem que eu pudesse perceber, lágrimas escaparam dos meus olhos ao perceber as tuas
Tinham aroma de sangue
Meu sangue, que minhas próprias mãos derramaram, cegas de ódio.
Cássia Tavares.
domingo, 11 de julho de 2010
Era uma noite sem luas nem estrelas. O asfalto estava molhado e havia poças d’água no chão. Os postes emitiam uma luz amarelada, deixando a rua com uma aparência sombria. Ouviam-se gritos de longe, porém isto era normal neste bairro. Uma porta é aberta rudemente, e dela saindo uma garota de no máximo 18 anos, com uma aparência cansada e frágil. O cabelo estava desgrenhado e sujo, seus olhos estavam estranhos, avermelhados de um provável uso de drogas e estava estranhamente pálida. Ao descer as escadas da casa, tropeçou em seus próprios pés, rolando até a calçada molhada desencadeando uma crise de choro. De dentro da casa houve um estouro, parecido com uma arma sendo disparada. Ao ouvir isto, a garota levantou-se, e, atônita, começou a fugir, enquanto um homem saia da casa portando uma arma, xingando e chamando-a de volta. Apontou a arma para a garota, puxando o gatilho. O baque de ela caindo ao chão silenciou todo e qualquer barulho do bairro, acabando com a saga da mulher que fugia daquele que um dia a amara.
e.
Pecados
Apaixonei-me por meus vícios
Passei a admirar meus pecados
Perdi-me nesse inferno travestido de paraíso aos olhos distraídos
Não me espere, não posso sair
O fogo já me alcançou, queimou minha alma
Como fará com a sua
Essas luzes, esses sons, essas formas a minha volta estão me matando
Lembro-me de como eram fascinantes na primeira vez
Aproveitei cada segundo, mas preciso correr está acabando
Em que esquina estarei jogada pela manhã?
Onde estarei mendigando pela minha vida?
Como encontrarei meu caminho de volta para casa?
Cássia Tavares.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Amor & Vício
Cássia Tavares.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Queridas Palavras
O que farei se um dia vocês me faltarem?
Quando na ponta de um lápis se negarem a sair?
Se o seu brilho se esvair no tempo, no papel amarelado.
Tenho medo de perdê-las e cair na mesmice.
Para onde vou correr?
O que irá ocupar meus dias em tua ausência?
Gostaria de saber previamente se minha hora de largá-las chegar.
Gostaria de saber se conseguirei apagá-las.
Obrigada queridas amigas!
Por fazerem por mim aquilo que eu não sou capaz, sempre bem dispostas, sem nada pedir.
Farei o possível para honrá-las.
Cássia Tavares.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Alguém Que Eu Não Vejo .
Queria me mostrar como realmente sou
Sem medo de ser mal interpretada
Com todos meus defeitos e qualidades
Minhas fraquezas a mostra, não tenho medo de expor-las pra ti
Mas não temos tempo
Os ponteiros não vão mais parar
A cada dia que passa eles exigem mais de nossas vidas
Nossos relógios correm feitos loucos
Talvez na mesma direção
Talvez não
Hoje nosso encontro parece algo tão utópico
Fico aqui admirando cada palavra sua
Aquelas que colocas no papel ou que gritas aos quatro ventos
As recebo na certeza de que não são direcionadas a mim
Na certeza de que não sabes da existência de meus sentidos para apreciá-las
Temos tanto em comum
Tantas idéias, sonhos e ideologias
Muitos dos meus temores são também os teus
Ou será que não és nada disso que idealizei?
Tenho medo de te conhecer, e não seres aquilo que minha mente construiu
Mas não importa
Você que nem me conhece
É o alvo dos meus sonhos e desejos
São seus braços que me envolvem na hora de dormir
É sua voz que me acorda de manhã e me faz querer sair pra rua
Na esperança de cruzar contigo
Quando vejo que estas mal
Esqueço todos os meus medos
Na tentativa de curar os teus
Mas é inútil, não posso te alcançar
Sempre esqueço esses quilômetros que nos separam
Gostaria que minhas palavras estivessem sendo lidas por ti
E que percebesses que são tuas
Assim como minha alma, sua antiga desconhecida.
Cássia Tavares.
domingo, 27 de junho de 2010
Arte Comercial
Essa loucura tomou conta de todos os setores. O amor também foi vitima, o dia dos namorados é uma excelente prova desse jogo de interesses. As festas religiosas se transformaram em corridas consumistas, as manifestações culturais e sociais viraram um desfile de poder. O mundo gira somente em torno do dinheiro, como podemos nos tornar prisioneiros de algo que nós mesmos criamos e que teoricamente controlamos?
Cássia Tavares.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Noite Proibida .
Para que ela pudesse derramar sua luz sobre nossos corpos.
Você sabe exatamente onde eu quero chegar lhe olhando desse jeito.
Nossos olhares se cruzam intensos.
Não há vergonha, nem coisas a esconder a essa hora da noite.
Proibida e mal falada a noite boêmia se apresenta.
A lua já meio embriagada espanta o sol,
Anunciando a liberdade dos amantes.
Quem se atreve a dizer que a noite é fria, na certa está sozinho.
As estrelas se juntaram numa encantadora platéia.
Observando cada olhar, cada toque, cada movimento.
Abraçados esperamos pela despedida de nossa amada cúmplice promiscua.
Ela se foi, aos poucos, serena, sem pressa como sempre.
O desejo se fez presente a cada segundo do dia,
Como flashes da noite passada.
Os pensamentos eram incontroláveis, bem como nossos olhares.
Mas sabíamos que ela não tardaria a retornar.
Na sala, em frente a lareira, acompanhados de um bom vinho,
Sorriamos apaixonados e cheios de más intenções.
Esperando nossa permissão para pecar.
Cássia Tavares.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Cópias .
Adaptações de sistemas não mais sustentáveis.
Olhos fechados, que enxergam programados.
Cópias de qualquer outra vida.
Xerox de ideologias.
Nada além.
Cássia Tavares.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
O sonho de outra vida
Sonhos de um futuro
De um passado que não veio.
Acostumando-me a ter somente o prazer
De realizá-los em pensamento
Uma vez realizados dentro de mim
Nunca vivem, nunca morrem.
Sem lutar para externá-los
Isso é tudo
Felicidades vazias
Dias inteiros sem nenhum sentido.
Cássia Tavares.
sábado, 22 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Espero que assim como eu também apreciem :D
Enquanto não superamos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente
Enquanto não atravessamos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
preciso ser um .
Fernando Pessoa .
quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Sanguessugas
Leve tudo o que é meu
Tudo o que é nosso
Olhe em meus olhos
Mentindo com a cara mais deslavada que tiveres
Não se preocupe, estarei sorrindo enquanto você sai sorrateiramente
Aliviando sua culpa
Se é que algum dia a tivestes
Vá em paz, todos estão do vosso lado
Suas mentiras perfeitamente ensaiadas
Embrulham estômagos por séculos
Que contidos carregam você
Levando-o ao poder
Poder que corrompe
Há tempos que não o possuis
Ele é quem tomou conta do vosso ser
Malditos sanguessugas, munidos desse poder que não lhes é de direito
Maldito sistema, que os acolhe
Pobres olhos, que nada podem ver
Pobres mãos cansadas que mais nada podem fazer
Cássia Tavares .
terça-feira, 4 de maio de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Laboratórios
Laboratórios de gente
Criam um e copiam
Copiam...
O fazem sem que percebas
Manipulam sua mente
Fazem com que obedeças
Sugam suas forças
Pouco a pouco substituem você
Substituem seu coração
Por engrenagens e parafusos
Te fornecem os problemas
Para empurrar soluções
Desconhecem os dilemas
Censuram as canções
As opiniões
O que vês não é verdade
O que pensas não é teu.
Cássia Tavares.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Amigos - Parte II -
Com aquelas variáveis difíceis de calcular
Nunca subestime seu peso na equação
Muitas vezes elas irão te cansar
Te derrubarão também, não tenhas dúvida
Mas não desista de apagar
Todos os milhares de cálculos inúteis
Que foram desenvolvidos a cerca delas
E comece tudo outra vez
Acredite...
Apagar se tornará cada vez mais fácil
Assim como reconhecer os números a serem excluídos
Cada algarismo sem solução irá ajudá-lo posteriormente
Cada algarismo sem solução deixará em aberto mais um cálculo fora do padrão
Cássia Tavares .
quinta-feira, 22 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Voltando ...
Bom, vamos ao textinho ...
(Cássia)
Amigos ...
Uma equação com tantas variáveis
Algumas difíceis de calcular e sem o menor valor
Tantos números perdidos, valores descartados ...
Alguns puro artifício de cálculo
Outros somem tão de repente
Quando percebemos torna-se impossível agregá-los novamente
Com o decorrer das contas percebemos alguns algarismos sempre constantes
Aqueles que nos possibilitaram fazer todas as operações
Tornando todos os sinais positivos
E culminando em diversos números exatos.
Cássia Tavares .
quinta-feira, 15 de abril de 2010
terça-feira, 13 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Yes, I have a dream..
Eu, definitivamente, não sou viciada, beleza?
Mershan dos meus ex-óculos (tem hífen?)
Sim, eu sou extremamente cega.
domingo, 14 de março de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Apenas um protótipo
Gotículas de água
na janela.
Lá fora;
dia quente e úmido.
Aqui dentro;
quarto escuro e gelado.
Guns 'n' Roses tocando no stereo.
Cervejas quentes pela metade
e cigarros queimando
em toda parte.
Livros, roupas e xicaras de café
à reveria ao chão de mogno claro.
Critiquem, é para isso que estou aqui!
beijos, abraços e apertões ; E.
Sou fã do presidente do Sport.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Acho que tem algo de errado comigo. Até nas fotos (onde eu me salvo um pouco) eu ando meio abalada. Acho que é por que eu ando me cobrando demais nesse sentido, vendo um bocado de erros que não via antes. Ando cobrando muito de mim, uma fotografa puramente armadora. Eu cobro muito de mim, em tudo, na realidade - sendo que não se pode esperar muita coisa de uma pessoa como eu.
Então deixo o que consegui tirar de fotos até agora (uma miséria).
Planejo ir hoje a tarde na praia, Obviamente que não em trajes de banho (acreitem, é a ultima coisa que vocês irão querer ver), mas para tentar criar uma ispiração em minha cabeça preguiçosa e oca de férias.
x x x , E.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Vaga inspiração em Segredos by Norah Roberts
Espero que gostem, e leiam /\ É PERFEITO!!!
E.
A mais ou menos meia hora, li a coluna de David Coimbra na ZH de hoje – quarta-feira dia 20 – que contém o título de “Vontade de fazer a coisa errada”. Admito que é a primeira coluna que li, a não ser a social do Diário Popular, que é a maior comédia deste mundo.
Pois bem, lhes pergunto: Quem nunca quis fazer coisa errada?, aposto que nem o nosso simpático e amado Papa escapa de ficar vermelho e gaguejar ao dizer: Eu nunca pensei em fumar ou beber. Se eu ganhasse 1 real a cada pessoa que me mentisse se eu os perguntasse, eu estaria rica.
Admito: Sempre tive vontade de experimentar maconha!, mas quem nunca teve? Ou quem nunca experimentou? Não mintam para si mesmos, tem uma vozinha lá no fundo de cada um que diz: Bah, eu um dia quero experimentar isso. Um dia eu quero tomar o porre e vou vomitar o dia posterior inteiro de ressaca. Um dia eu vou fumar cigarros.
Eu sonho em fazer muitas bobagens, até tenho uma lista no meu diário, qualquer um próximo a mim sabe disso. E eu apóio os outros que também querem fazer-las. Temos que viver a vida, até por que não sairemos vivos dela. Temos que aproveitar. Fazer todas as bobagens que lhe vier na cabeça.
Mas obviamente, há um limite. Não saiam por aí fumando, ou se drogando ou transando com qualquer um que se vê por aí só por que é seu sonho. Tenha o mínimo de razão no meio da loucura.
Lembre-se, fumar causa várias doenças horríveis, drogas viciam, bebidas te deixam extremamente zonzos e etc, e sexo sem camisinha pode trazer gravidez e várias DSTs extremamente indesejáveis (me senti importante falando isso, haha).
Beijocas, E.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
'O fazedor de velhos'
_ Vocês vão se perder de vista, sim. E o tempo para ver os ex-colegas de colégio não vai existir. Os papéis com os telefones que vocês acabam de anotar vão sumir como que por encanto. Crescer é, de certa forma, se separar das pessoas amadas.
Vocês vão descobrir, na carne, que sentir, nessa vida, é sentir o tempo indo embora.
Alguns momentos, algumas coisas, ou pessoas, cheiros, visões, objetos e lembranças, nos põem em contato com o passar do tempo. Tudo que nos emociona, tudo que nos toca fundo, é o tempo chegando e indo embora. [...]
Cássia Tavares .
Vossa criação
Cássia Tavares .
Cássia ;@
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Fonte das Nereidas
É colegas..
Apesar de morarmos em uma cidade extremamente mal cuidada (mas melhorando, com as reformas das praças e prédios históricos) temos coisas a agradecer, e, em minha opinião, uma delas é a Fonte das Nereidas, na praça Coronel Pedro Osório. Acho extremamente linda aquela fonte, pena que não é todo mundo que concorda comigo, e preferem estragar esse tipo de beleza que nossa cideda tem muito a oferecer: Turismo Histórico.
Bom, partindo pra praia, entonces, beijocas!
E.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
“Enquanto caminhava a caminho de casa, lembrando da tarde em que estive junto com a pessoa que eu mais amava neste mundo, com fones em meus ouvidos, vejo um vulto branco e barulhento passando a meu lado e parando na casa dele. De repente meu coração parou quando lembrei o porquê do meu encontro ter chegado ao fim: ele estava se sentindo cansado e estranho. Entrei
- Esta acontecendo esperávamos, Alice. Venha comigo para o hospital, por favor.
Entrei no carro e ambos ficamos calados até chegarmos ao hospital. Continuamos em silencio na sala de espera. Eu estava caminhando de lado a lado da sala, roendo minhas unhas, mexendo em meu cabelo, esperando o veredicto do médico. De repente, um homem de mais ou menos 40 anos e de jaleco branco adentra a sala de espera e fala:
- Conseguimos estabilizar o Raphael, mas ele ainda corre risco, ainda mais por estar sofrendo de Leucemia a muito tempo. Seu corpo está cansado de tentar vencer a batalha...
Se eu estava quase chorando só de esperar, neste momento eu não agüentei. As lágrimas irromperam meus olhos, escorrendo lentamente, mas em grande quantidade por meu rosto.
- Posso ver-lo, Doutor? – Perguntei, dentre soluços.
Ele acenou com a cabeça afirmativamente e pediu que eu o seguisse. No caminho, segurando a mão do pai do Raphael com minhas duas mãos, disse:
- Ele é forte, já passou por algumas antes. Vamos sair dessa.
Ele estava chorando, mas não era por causa do meu discurso, mas sim por que viu em meu dedo anular da minha mão esquerda, um delicado anel com uma pedra vermelha Rubi e uma pedra negra Ônix, por dentro, com as escrituras: “Amá-la-ei mesmo depois de morto”. Era meu anel de noivado, recebido na noite anterior. Não creio que Raphael tenha contado ao pai sobre nosso projeto, nem eu havia contado aos meus. De repente, meu futuro sogro me abraça, fortemente e diz:
- Você é a melhor coisa que já aconteceu a meu filho.
Ele pôs as mãos em meus ombros, como se procurasse apoio.
- Eu amarei seu filho mesmo depois da morte, assim como ele também irá me amar.
Abraçados, caminhamos pelo corredor branco do hospital. À dois quartos de onde Raphael estava, ouvi um tipo de apito de monitor. O apito de monitor que demonstrava a falta de batimentos cardíacos. Sai correndo até o quarto de meu amor, e lá estavam mais ou menos 3 médicos e 2 enfermeiras tentando reviver-lo. Ele estava respirando por ajuda de aparelhos, com uma enfermeira monitorando-os, outra fazendo massagem em seu peito, e os médicos tentando manter seu coração batendo. Até que o mesmo médico que falou conosco na sala de espera quase gritou:
- Já chega! Tentamos o bastante, e a parada já dura muito, o cérebro está sem receber oxigênio por muito tempo. Vamos parar e declarar óbito.
Todos os médicos e enfermeiras me viram arfar, ajoelhada ao chão, branca feito neve e provavelmente com o meu coração parado, assim como meu amado.
- Óbito às 20h32min.
Juntei todas os pequenos fragmentos de força que me restavam e me levantei. Caminhei até o corpo sem vida de meu noivo, toquei seu rosto e todas as nossas lembranças vieram a minha cabeça: a primeira vez que o vi na escola, primeira conversa que tivemos, primeiro encontro, primeiro beijo, primeira noite de sexo, o ultimo beijo, ele escrevendo em meu caderno a luz do por do sol, o sorriso dele acompanhado de lágrimas quando me pediu em casamento e eu disse que sim, sua ultima palavra para mim que foi “Cuide-se”, e enfim, seu corpo, pálido, sem vida, sem oxigênio, vencido de uma batalha de vários anos contra células anormais em seu sangue. Uma batalha árdua, perdida com dignidade.
Não ouvia o que os médicos me mandavam fazer, se me mandavam embora, ou se simplesmente haviam se retirado da sala para dar a mim e ao pai de Raphael um momento para se despedir. Eu também nem sabia se ele estava ali. Estava apenas a olhar o meu anjo, meu anjo da guarda. Estava apenas a memorizar suas feições perfeitas. Virei a cara. Não gostaria de lembrar dele daquele modo. Extremamente suado, com sua camisa meio aberta, meio rasgada, totalmente manchada de suor. Não conseguia mais ficar ali. Me retirei da sala silenciosamente ao perceber que meu sogro estava ajoelhado no outro lado do corpo de seu filho morto. Acabei por sentar na sala de espera, com o mesmo caderno que Raphael passou quase uma hora escrevendo algo, no colo. Ele havia deixado uma carta para mim, e nela estava escrito:
À minha querida Alice.
Meu amor, todos sabemos que não me restam mais de
Eu te amo, mesmo após de morto, sempre amarei. Você foi minha salvação, minha benção...
Nunca consegui terminar de ler esta carta. Mas sei, que meu anjo Raphael sempre me amará e estará me cuidando, seja lá onde ele estiver.”
Érica Barros