Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A beleza das palavras não está em sua complexidade, mas sim na sinceridade de quem as escreve.


Obrigada por sobreviver as minhas crises, meu choro e minha raiva. Só tu me ouves, me apóia, sem me criticar, sem se importar com o tempo. Queria poder lhe devolver tudo o que tu já fez por mim. Mesmo quando me deleito em ti, e fico horas ali, insistindo que minha cabeça funcione para poder fazer com que tudo fique bem novamente. E tu ficas ali, calma e serena como só podes, aguardando. Desgasto-te com todo o tipo de sentimento e arma possível, mas não reclamas, afinal não sentes a dor nem o sentimento. És atônita a qualquer coisa que te acontece, afinal tua beleza depende daqueles que te criam, da sinceridade imposta, e não da tua complexidade. Juro que caso a torne vazia, este será meu último ato. Por favor, não faça que nem as outras malditas e fuja. És a única coisa que me sobrou, a única coisa que me consola. Até meu ultimo suspiro pensarei em ti, no teu sentimento inexistente, que diz tanta coisa. Fique ao meu lado, que juro fazer com que meu sentimento, minha alma, te transforme na coisa mais linda e pura do mundo. Não siga a mesma atitude das tuas amigas das Artes. Não fuja de minha caneta nem do meu papel. E muito menos de minha cabeça, por favor.

E


domingo, 26 de dezembro de 2010

Rosas.

Lembram-nos da fragilidade da vida
Suas pétalas sofridas entregues ao vento
Enfeitam lamento
Celebram amores
Rosas fazem bem ao coração
Sua sensualidade sutil
Entregue a alguém que em oração partiu
Perdidas na decoração
Choram vermelho
Um vermelho de morte
De sorte ?

Cássia Tavares .

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ruas.

Caminhando pelas ruas
Inclinando a cabeça para baixo
Procurando não focar nenhum rosto
Nenhum movimento ao meu redor
Encolhendo-me cada vez mais em meu mundo
Que em nada condiz com o que aqueles olhares mostram
Apertando com força os olhos para não deixá-las fugir
Não ! Ilusões fiquem aqui
Estranho que mesmo tão longe
Seus olhos reflitam meu mundo
Tradução de uma vida
Ou de um sonho?
Meus heróis não passam de fantasmas
Minhas paixões insensatas, ideologias forçadas
Tantos planos de fugir de casa
Mal amada!
Festejada, desejada solitária
Conta ladrilhos
Corre os passarinhos
Reza para evitar o castigo
Condenada, inocente culpada
Foge do silencio temido
Incoerente gemido
Voa sem amar
Vive sem sonhar
Chora...
Chora por não saber explicar.

Cássia Tavares .

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

As chamas azuis da fogueira na beira do mar iluminam os dois corpos juntos deitados na areia. A mão forte dele segura os delicados dedos com esmalte negro descascado, enquanto o rosto dela deleita-se no peito dele. Estão entre dois violões, suas ferramentas para demonstrar o amor que um sente pelo outro. Naquele momento, naquela noite, nada mais importa, a não ser os olhos castanhos dela refletindo o brilho das estrelas ou o batimento irregular do coração dele. Tudo o que almejavam era o corpo um do outro, os lábios um do outro. Tinham toda uma vida pela frente, juntos. E aproveitavam cada segundo juntos, afinal nunca se sabe o que pode acontecer. Viviam pela música, pelo amor e por eles dois. Enquanto a lua cheia e as estrelas iam dando lugar a um céu laranja e ao sol, ela acordou e se sentou. Ficou a ver o nascer de um novo dia. Pegou seu violão e começou a cantar Here comes the sun, só para si e para o lindo nascente, esquecendo daquele ao seu lado. Até que houve um segundo violão e uma voz suave cantando junto com ela. Após o final do ultimo acorde, ficaram olhando um nos olhos do outro e cantando. Até o sol estar a pino.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Neste exato momento vejo dois grupos conversando em minha volta, e eu aqui digitando. Não sei o por que eu estou fazendo isso agora. É minha festa de dezesseis anos. Era para eu estar aproveitando, conversando rindo. Até certo ponto fiz isso, mas agora não sei o que houve. Comecei a pensar, lembrar. Pessoas com relações complicadas compartilham segredos que eu não entendo e não acho que queiram me explicar. Outras falam sobre o colégio, provas e professores. Não consigo me concentrar em nada disso. Apenas penso.
Aos dezesseis anos muitas pessoas conquistam diversas coisas. Ou ao menos já sabem o que querem conquistar. E eu? Eu apenas sei que amo escrever, tirar fotos e fingir que desenho. E dormir. E comer. Somando isto tudo, o que sobra para eu fazer da vida? Ser jornalista; que não é o que quero. Ser fotógrafa; algo que nunca conseguirei ser boa. Ser vagabunda cada vez me chama mais atenção.
Eu sei, é muito cedo para decidir o que eu quero da minha vida e etc etc. Mas todos os jovens pensam sobre este assunto. Ainda mais um jovem do Mario Quintana, que passa toda sua carga horária de aula ouvindo sobre ENEM, PAVE e futuro e profissões.
Tudo o que eu quero pensar hoje é em que casa irei semana que vem para ver um filme ou sonhar com lindos garotos inexistentes. Eu só quero isso, eu só quero não pensar no meu futuro próximo.


ps.: happy bday for me

E

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Achei no meu note... É do Bira. Deixei tudo como ele havia me mandado, do mesmo jeito que ele escreveu.


A jovem certeza do momento.

Lembra-se ainda do dia em que alguns amigos saíram pra tomar café

Comer alguma bobagem aproveitar o sol que o frio do inverno vinha

Caminharam sentido a umidade no rosto, olharam alguns prédios até

Sentaram para aproveitar, sentiram medo sem ter nenhum aparente porquê

Sentiram porque podiam, queriam e até mesmo brigas seriam prazeres

Sentados a apreciar a insônia do café, além do gosto e do típico aroma

Não sabiam o que seriam; mal o que queriam; mas sabiam do que não gostavam

Em com tal certeza viviam, a certeza de ao menos infortunar o imutável

Não tinham a certeza de seus sonhos, tinham poucos e convincentes confianças

Talvez mais do que suas idades permitiam, ou menos, mas a certeza dum ideal

A descrença no mundo envolta, com o qual se importa em gastar em relógios

Enquanto outros morrem nos insolúveis braços gélidos das ruas da cidade

A funda tristeza de não querer mais viver no eterno farfalhar do panis et circensis

Sabiam que muitos de seus sonhos seriam beatificados após o martírio duma eternidade

Enfim: os vivos não se respeitam, preferem a muda conivência dos pensadores mortos

Tinham a certeza dos jovens perdidos, entre os pecados da feiura da contradição

Da contradição à todos, do contraste entre si, pois sua semelhança é única e pontual

São afinal todos completamente tão inegavelmente distintos; têm tal certeza

Possuem tantas incertezas na realidade que, no fundo, possuem apenas essa certeza

Alem de outras, é claro... que suas vidas mudarão após cada ato que se envolvam.


P.S.: Sinto falta dos posts no teu blog besta. Love you. E.