Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Amor & Vício

É muito perigoso quando um amor se torna um vício. Uma pessoa deve ser capaz de viver e de amar sem a outra. Mesmo que o amor dê certo, essa constante dependência se mostra tão nociva quanto as demais drogas conhecidas e criminalizadas pela sociedade. Pois tão criminoso é aquele que incentiva um amor assim sem pretensão de suprir as doses necessárias para manter a vida do pobre viciado. O desgaste em busca da cura são irreparáveis. E como as outras dependências não há perspectiva de uma cura definitiva. Aprende-se a viver afastado do ser amado, mas não a esquecê-lo ou a deixar de amá-lo. Qualquer nova dose causa euforia, contudo vem carregada de um sofrimento que somente o tempo irá sarar, mais uma vez. O que fazer quando os olhos se acostumaram com aquele sorriso, a pele chama por aquele toque conhecido e a boca vive constantemente sedenta daqueles beijos? A mente acostumou-se a sofrer por aquele homem. Tudo na rua traz sua imagem até mim. É como um fumante ao tomar café, como um alcoólatra em uma mesa de bar rodeado por amigos bebendo descontraídos, como um drogado que precisa confrontar seus desejos dia após dia. Trata-se de uma luta sem fim, um tormento contínuo. A alma acostumou-se a sangrar por aquele homem.

Cássia Tavares.

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