Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

sábado, 31 de julho de 2010

- Ah, quer saber? Eu te amo sim! - disse ela, depois de muito tempo quieta e pensativa - E apesar que tu não sente o mesmo eu não posso fazer nada!
- Er... - ele tentou falar, mas ela interrompeu-o.
- Pode ficar assim, nervoso. Poxa, eu te amo! Dane-se se tu não corresponde, já que eu já sofri o bastante mesmo! Minha vida é uma bosta, e tu não me amando piora mais ainda!
- M-m-mas...
- Para de gaguejar, que faz eu me arrepender mais ainda por ter te dito isso! Como eu sou burra, Deus! Eu era pra ter ficado quieta... Merda!
Ele estava catatônico. Ela estava furiosa.
- Quer saber? Vou embora. Quando tu te mover de novo, me liga.
Enquanto ela se virava e se misturava às pessoas a sua volta, ele finalmente conseguir exprimir alguma coisa:
- Eu também amo você.


sim, mulheres são bipolares e dramaticas
sim, homens são cagões
sim, eu sou bipolar e dramatica.

E

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Em uma calçada suja e molhada há uma mulherzinha desmaiada. Uma mulher com um lindo cabelo castanho e curto, vestindo uma jaqueta de couro, calças jeans skinny e botas de cano longo e bico fino. Ela estava agora a pouco em uma mesa de bar, confidenciando a um estranho o medo que tinha de perder a capacidade de fazer o que ama, dizendo que se não conseguisse mais fazer-lo, morreria de desgosto, e então, após as confidencias a um velhinho de barba branca comprida, bebera copos e copos dos tipos mais variados de bebidas alcoólicas e fumara maços de cigarro e outras coisas também. E acabara caída na rua suja.
Na próxima semana, ela certamente voltará ao bar, dará seu famoso show, que todos todas as noites ficam esperando ansiosamente, e repetirá toda história de novo: Afogará suas mágoas e medos em garrafas de vodca e usando qualquer tipo de droga ilícita que sirva de subterfúgio para o rumo que sua vida está tomando, vai aos poucos destruindo o futuro brilhante, que certamente teria fazendo o que mais ama.


Acho que a quem eu escrevi esse texto, perceberá o que quero dizer sem eu ter que falar nada.

Não estou dizendo que beber e se drogar ou qualquer outra coisa parecida trará a morte ou coisas ruins ou sei lá o que, até por que estaria traindo muita coisa a qual acredito.


E.

domingo, 18 de julho de 2010

Prazeres & Fracassos

Nunca estive rodeada de tantas pessoas
E ao mesmo tempo tão sozinha
Aqueles gritos não faziam sentido para mim
Aquelas vozes não me diziam mais nada
Meu corpo estava ali
Preso aos seus vícios e pecados
Seus prazeres e fracassos
Minha alma voava longe dali
Procurava abrigo, sem sucesso
Quando alma e corpo se encontraram novamente
Somaram-se as lembranças e arrependimentos
Enquanto a vadia se divertia pisando em cima de si mesma
Escondendo seu sangue em sorrisos falsos
A menina se pegou a chorar sozinha em um canto qualquer
Queria um ombro amigo
Um que ainda não tivesse sido ferido
Cessou a euforia, morreram seus sorrisos em um cigarro
Os sonhos se desfizeram no vento frio a caminho de casa
Agora corpo e alma, de mãos dadas
Sentados na calçada suja
Se segurando um no outro para não caírem.

Cássia Tavares.

Vitima da minha própria estupidez.

E fico lá, no canto escuro esperando que percebam o quanto sofro
por ti, por ele e por mais incrível que pareça,
pela minha própria estupidez.

Não, não me note caso não queira,
não sou digna disso mesmo.

Apenas pensem um pouco em mim,
pois a qualquer momento,
vocês podem estar pensando
o por que de eu não estar mais por aqui.

E.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Lágrimas Que Criei

Queria que você chorasse
Para saborear as lágrimas de ódio em seu rosto
Pensei que queria isso
Buscava em cada fraqueza sua a chance de agir
Aos poucos fui destruindo cada sonho
Cada resquício de esperança que abrigavas em ti
Quando suas primeiras lágrimas finalmente caíram
Algumas deslizando até o chão, outras morrendo entre seus dedos
Entendi que aquele não seria o fim para você
Era apenas um momento de tristeza, que me empenhei a provocar
Logo iria passar
Sem que eu pudesse perceber, lágrimas escaparam dos meus olhos ao perceber as tuas
Tinham aroma de sangue
Meu sangue, que minhas próprias mãos derramaram, cegas de ódio.

Cássia Tavares.

domingo, 11 de julho de 2010

Era uma noite sem luas nem estrelas. O asfalto estava molhado e havia poças d’água no chão. Os postes emitiam uma luz amarelada, deixando a rua com uma aparência sombria. Ouviam-se gritos de longe, porém isto era normal neste bairro. Uma porta é aberta rudemente, e dela saindo uma garota de no máximo 18 anos, com uma aparência cansada e frágil. O cabelo estava desgrenhado e sujo, seus olhos estavam estranhos, avermelhados de um provável uso de drogas e estava estranhamente pálida. Ao descer as escadas da casa, tropeçou em seus próprios pés, rolando até a calçada molhada desencadeando uma crise de choro. De dentro da casa houve um estouro, parecido com uma arma sendo disparada. Ao ouvir isto, a garota levantou-se, e, atônita, começou a fugir, enquanto um homem saia da casa portando uma arma, xingando e chamando-a de volta. Apontou a arma para a garota, puxando o gatilho. O baque de ela caindo ao chão silenciou todo e qualquer barulho do bairro, acabando com a saga da mulher que fugia daquele que um dia a amara.



e.

Pecados

Preciso lhe confidenciar
Apaixonei-me por meus vícios
Passei a admirar meus pecados
Perdi-me nesse inferno travestido de paraíso aos olhos distraídos
Não me espere, não posso sair
O fogo já me alcançou, queimou minha alma
Como fará com a sua
Essas luzes, esses sons, essas formas a minha volta estão me matando
Lembro-me de como eram fascinantes na primeira vez
Aproveitei cada segundo, mas preciso correr está acabando
Em que esquina estarei jogada pela manhã?
Onde estarei mendigando pela minha vida?
Como encontrarei meu caminho de volta para casa?

Cássia Tavares.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Amor & Vício

É muito perigoso quando um amor se torna um vício. Uma pessoa deve ser capaz de viver e de amar sem a outra. Mesmo que o amor dê certo, essa constante dependência se mostra tão nociva quanto as demais drogas conhecidas e criminalizadas pela sociedade. Pois tão criminoso é aquele que incentiva um amor assim sem pretensão de suprir as doses necessárias para manter a vida do pobre viciado. O desgaste em busca da cura são irreparáveis. E como as outras dependências não há perspectiva de uma cura definitiva. Aprende-se a viver afastado do ser amado, mas não a esquecê-lo ou a deixar de amá-lo. Qualquer nova dose causa euforia, contudo vem carregada de um sofrimento que somente o tempo irá sarar, mais uma vez. O que fazer quando os olhos se acostumaram com aquele sorriso, a pele chama por aquele toque conhecido e a boca vive constantemente sedenta daqueles beijos? A mente acostumou-se a sofrer por aquele homem. Tudo na rua traz sua imagem até mim. É como um fumante ao tomar café, como um alcoólatra em uma mesa de bar rodeado por amigos bebendo descontraídos, como um drogado que precisa confrontar seus desejos dia após dia. Trata-se de uma luta sem fim, um tormento contínuo. A alma acostumou-se a sangrar por aquele homem.

Cássia Tavares.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Queridas Palavras

Minha grande paixão.
O que farei se um dia vocês me faltarem?
Quando na ponta de um lápis se negarem a sair?
Se o seu brilho se esvair no tempo, no papel amarelado.
Tenho medo de perdê-las e cair na mesmice.
Para onde vou correr?
O que irá ocupar meus dias em tua ausência?
Gostaria de saber previamente se minha hora de largá-las chegar.
Gostaria de saber se conseguirei apagá-las.
Obrigada queridas amigas!
Por fazerem por mim aquilo que eu não sou capaz, sempre bem dispostas, sem nada pedir.
Farei o possível para honrá-las.

Cássia Tavares.