Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Acordei-me com os raios do sol nascente invadindo meu quarto. Adorava assistir o nascer do sol da varanda desta casa. Não sei se "casa" é a palavra certa, caracterizá-la-ia melhor chamando de "mansão". Pus Beatles para tocar, peguei o isqueiro de prata que ganhei de papai e acendi meu cigarro francês. Abri as cortinas da enorme janela, mesmo estando apenas com uma camisola de renda fina, apenas isto, vislumbrei o mar, pintado de laranja, olhei para o sol, refleti o quanto eu gostava daqui: da calmaria, de ouvir os pescadores mesmo antes de ficar claro. Como eu gostava de vir para a varanda, deitar-me em uma das espreguiçadeiras enormes e estofadas, e ao som da voz de John Lennon ou de Jimi Hendrix ou de Janis Joplin, assistir ao magnífico espetáculo que é o nascer do sol. Olhei para dentro do quarto, para ver se meu companheiro da noite anterior já havia acordado. Definitivamente, tenho que parar de ir a festas onde se tem livre acesso a qualquer tipo de droga e bebida, pois não sabia com quem eu havia dormindo, não sabia como chegara em minha casa e muito menos quanto tempo fiquei naquela cama gigante, entre lençóis brancos, fazendo sexo sem proteção e enlouquecidamente, regado a drogas. "Foda-se ele, fodam-se os pescadores" pensei. Fechei as cortinas e pulei a varanda, que não ficava a mais de um metro e meio da areia. Suspirei quando meus pés tocaram na areia fina, gelada e levemente úmida. Parecendo um cão atrás de um galho, corri para a água. Não me importava que a camisola fosse transparente demais, não me importava que iriam me ver praticamente nua. Com certeza já fui vista assim por mais homens que umas 10 mulheres juntas, malditas sejam as deliciosas drogas ilícitas... Assim que meus pés tocaram à água, minhas preocupações sumiram, assim como as gaivotas que voavam para o longe sobre minha cabeça. Diminui o ritmo ao adentrar o mar, me deliciando cada vez mais. Quando a água batia mais ou menos em meus quadris, mergulhei de um modo bem destrambelhado, molhando assim todo meu rosto, cabelo e corpo. Quando voltei à superfície, meus longos cabelos encaracolados cor de chocolate ao leite estavam grudados em meu pescoço e minhas costas. A renda fina de minha camisola não aguentaria muito mais tempo a arrebentação das ondas, mas dane-se. Tenho dinheiro para comprar 500 camisolas daquela. Avistei de longe algo parecido com um homenzinho robusto e baixinho com uma câmera... Merda! Se papai me visse assim, eu estava morta! Sai correndo em direção a ele, para comprar as fotos, mas o filho da puta já havia entrado em seu carro e corrido. Merda! Resolvi voltar para casa, para tentar não me meter em mais encrencas. Escalei a varanda sem problemas nenhum, e percebi que meu acompanhante continuava em um sono pesado. Juro, cheguei a checar seu pulso, e felizmente estava vivo. Fui tomar um banho para tirar a água salgada. Estava de costas para a porta, ainda ouvindo John Lennon cantando e tirando minha camisola quando a porta se abriu, e fui abraçada por trás por um homem, que digamos, "estava alegre", deduzi que era meu acompanhante, então me virei em busca de sua boca. Nós dois entramos no banho, e repetimos a dose da noite anterior. Porém ele saiu antes de mim, já que teria que lavar meu cabelo, graças ao sal. Quando sai do banho, dentro de hobby felpudo vermelho, e quando olhei para cima da minha cama logo pensei “Aquele drogado filho da puta é um ladrão e ainda é bom de cama!”. Olhei para minha bolsa totalmente esparramada na minha cama, e meus documentos no chão “Pelo menos o desgraçado me poupou de ter que fazer novos documentos, mas ele levou a carteira de couro que Ralph Lauren fizera especialmente para mim.” e, graças a boa alma do drogado, ele deixara minha fonte de felicidade. Pus um vestido longo branco, troquei o disco, peguei minhas coisas, e desci para a praia, para enrolar meu baseado, e, ao som da voz memorável e inconfundível de Jimi Hendrix, comecei a esquecer do ladrão drogado, e viajei enquanto o mesmo paparazzo de mais cedo, tirava fotos e mais fotos minhas. Foda-se ele.


Vaga inspiração em Segredos by Norah Roberts

Espero que gostem, e leiam /\ É PERFEITO!!!


E.

2 comentários:

  1. Já li Segredos..perfeito é pouco, érica..
    Excelente texto..moral da história: "fodam-se todos!"eiueiueieue
    Beijoo
    Carool

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  2. érica, muito bom o post, o blog tá ótimo, continuem assim *-----*

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