terça-feira, 28 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
Rosas.
Suas pétalas sofridas entregues ao vento
Enfeitam lamento
Celebram amores
Rosas fazem bem ao coração
Sua sensualidade sutil
Entregue a alguém que em oração partiu
Perdidas na decoração
Choram vermelho
Um vermelho de morte
De sorte ?
Cássia Tavares .
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Ruas.
Inclinando a cabeça para baixo
Procurando não focar nenhum rosto
Nenhum movimento ao meu redor
Encolhendo-me cada vez mais em meu mundo
Que em nada condiz com o que aqueles olhares mostram
Apertando com força os olhos para não deixá-las fugir
Não ! Ilusões fiquem aqui
Estranho que mesmo tão longe
Seus olhos reflitam meu mundo
Tradução de uma vida
Ou de um sonho?
Meus heróis não passam de fantasmas
Minhas paixões insensatas, ideologias forçadas
Tantos planos de fugir de casa
Mal amada!
Festejada, desejada solitária
Conta ladrilhos
Corre os passarinhos
Reza para evitar o castigo
Condenada, inocente culpada
Foge do silencio temido
Incoerente gemido
Voa sem amar
Vive sem sonhar
Chora...
Chora por não saber explicar.
Cássia Tavares .
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
As chamas azuis da fogueira na beira do mar iluminam os dois corpos juntos deitados na areia. A mão forte dele segura os delicados dedos com esmalte negro descascado, enquanto o rosto dela deleita-se no peito dele. Estão entre dois violões, suas ferramentas para demonstrar o amor que um sente pelo outro. Naquele momento, naquela noite, nada mais importa, a não ser os olhos castanhos dela refletindo o brilho das estrelas ou o batimento irregular do coração dele. Tudo o que almejavam era o corpo um do outro, os lábios um do outro. Tinham toda uma vida pela frente, juntos. E aproveitavam cada segundo juntos, afinal nunca se sabe o que pode acontecer. Viviam pela música, pelo amor e por eles dois. Enquanto a lua cheia e as estrelas iam dando lugar a um céu laranja e ao sol, ela acordou e se sentou. Ficou a ver o nascer de um novo dia. Pegou seu violão e começou a cantar Here comes the sun, só para si e para o lindo nascente, esquecendo daquele ao seu lado. Até que houve um segundo violão e uma voz suave cantando junto com ela. Após o final do ultimo acorde, ficaram olhando um nos olhos do outro e cantando. Até o sol estar a pino.
sábado, 11 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Achei no meu note... É do Bira. Deixei tudo como ele havia me mandado, do mesmo jeito que ele escreveu.
A jovem certeza do momento.
Lembra-se ainda do dia em que alguns amigos saíram pra tomar café
Comer alguma bobagem aproveitar o sol que o frio do inverno vinha
Caminharam sentido a umidade no rosto, olharam alguns prédios até
Sentaram para aproveitar, sentiram medo sem ter nenhum aparente porquê
Sentiram porque podiam, queriam e até mesmo brigas seriam prazeres
Sentados a apreciar a insônia do café, além do gosto e do típico aroma
Não sabiam o que seriam; mal o que queriam; mas sabiam do que não gostavam
Em com tal certeza viviam, a certeza de ao menos infortunar o imutável
Não tinham a certeza de seus sonhos, tinham poucos e convincentes confianças
Talvez mais do que suas idades permitiam, ou menos, mas a certeza dum ideal
A descrença no mundo envolta, com o qual se importa em gastar em relógios
Enquanto outros morrem nos insolúveis braços gélidos das ruas da cidade
A funda tristeza de não querer mais viver no eterno farfalhar do panis et circensis
Sabiam que muitos de seus sonhos seriam beatificados após o martírio duma eternidade
Enfim: os vivos não se respeitam, preferem a muda conivência dos pensadores mortos
Tinham a certeza dos jovens perdidos, entre os pecados da feiura da contradição
Da contradição à todos, do contraste entre si, pois sua semelhança é única e pontual
São afinal todos completamente tão inegavelmente distintos; têm tal certeza
Possuem tantas incertezas na realidade que, no fundo, possuem apenas essa certeza
Alem de outras, é claro... que suas vidas mudarão após cada ato que se envolvam.