Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

domingo, 13 de dezembro de 2009

Pensamentos

Meus pensamentos são involuntários. Não consigo esquecer-te, sua imagem me persegue.
Até o fim, dia após dia, é você. No meu coração é só você.
Não quero me envolver, talvez por medo, sei lá.
Medo de errar, de se arrepender, de se machucar, de sentir sua falta mais uma vez, do sonho novamente acabar. E então observo sozinha a vida passar sem você.
Se o castelo desmorona os moradores ficam para lutar e podem se ferir, com suas próprias armas. Em sua própria ignorância.
Tiroteio no castelo, todos correm e só eu quero ficar. Pessoas pelo chão e eu só quero levantar.
E se o castelo for a minha vida? E tiroteio os tempos de dor? As pessoas não estão fisicamente feridas mas suas almas cansadas estão.
Não quero ser a vitima, quero lutar tudo que der. Sentir minha alma plena e feliz uma vez em milhões de anos. Fechar os olhos e ver-me a sonhar, sei que meus pensamentos posso controlar, afastando sua imagem até um ponto deserto e afastado de meu ser. Mas sei que não agüentaria sentir sua falta mais uma vez, não suportaria ver-te partir em meus sonhos. Sentir o adeus novamente encher de dor um longo silencio, pressionando insistentemente meu peito contra as lembranças antes remotas de sua partida.
Quando estou sozinha sinto seus braços a envolver-me, seus lábios a me acalmar, sua voz em uma doce e distante melodia me faz por um instante acreditar que seu corpo está ali, junto ao meu mais uma vez, que seu sorriso é para mim, e seu amor irrevogavelmente meu. Luto para não abrir os olhos mas é inevitável acordar, o sol antes tão desejado é hoje tão perturbador e inconveniente. A cada amanhecer ele o leva para longe de mim, levando seu beijo, seu corpo e sua voz, deixando apenas meu ser desabitado vagando sozinho em busca de cores e sons que há tempos não percebo mais.

Cássia Tavares

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