Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Música.

Há alguns anos essa música entrou na minha vida. Passou pela porta, sala, cozinha. Marcou as paredes. Encheu a casa de morte e vida. Uma música que não sabe ser sutil. É ardente, intensa. Dispensa as apresentações, mas é profunda como se tivesse sido arrancada das minhas próprias mãos. Durante o dia ela é suave. À noite quase me enlouquece. Engole meu sono, mastiga meus pensamentos. A música dele não tem refrão. Ela em si é um refrão que ecoa em minha cabeça, através de uma voz que me causa medo. Arrepio. Seus acordes me doem. Me ardem. A música dele é uma contradição. Me aquece nas noites vazias e frias, mas só existe por que ele não está aqui. Os seus passos, seu toque, seu cheiro, seus olhos, fragmentos de sua arte que formam minha melodia preferida. E, no entanto, consigo senti-la com tanta paixão por que ele não está aqui.

Cássia Tavares.

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